(Mahatma Gandhi)
Vivemos num mundo onde a violência “gratuita”se vem apropriando de uma forma quase subtil de tudo e de todos. Não me refiro às situações de guerra de facto ou “latentes”, mas basta olhar em volta e observar com atenção como as pessoas se relacionam e é fácil detectar os seus indícios, designadamente a forma como se dialoga, o tom de voz, a agressividade que perpassa abruptamente por exemplo numa resposta.
Actualmente, falar de violência escolar é também falar de Bullying, pois é na escola que o Bullying mais se faz sentir uma vez que se encontram num mesmo espaço muitas crianças e que se torna difícil para os adultos vigiarem todos os comportamentos e intervirem atempadamente.
Citando Pedro Strecht (2004) "O fenómeno sempre aconteceu e, quando dele falamos, obviamente não incluímos o que por vezes existe de agressivo, competitivo, discriminador e que em pequenas doses faz parte das relações do dia-a-dia entre crianças e adolescentes. Falamos de situações muito fortes, graves repetidas, em que algumas crianças e adolescentes se vêem envolvidos, quer como vítimas, quer como vitimadores e que, sobretudo, acontecem no espaço da escola que ambos frequentam."
Creio também ser importante, ter consciência de que os bullies são crianças que precisam de sentir que têm poder, e que aprenderam que o bullying lhes satisfaz essa necessidade. O que os distingue de uma criança que ocasionalmente provoca alguém é um padrão repetido de intimidação física ou psicológica. Torna-se pois essencial a intervenção precoce.
As crianças que sofrem bullying, dependendo de suas características individuais e das suas relações inter contextuais (escola, família, comunidade) e emocionais, poderão não superar, parcial ou totalmente, os traumas sofridos na infância. Assim, poderão crescer com sentimentos negativos, especialmente com baixa auto - estima, tornando-se adultos com sérios problemas de relacionamento, assumindo designadamente um comportamento agressivo. Mais tarde poderão vir a sofrer ou a praticar o BULLYING no trabalho (Workplace BULLYING) e em casos extremos, alguns deles poderão tentar ou a cometer suicídio. Alguns autores apontam como factores que contribuem para o desenvolvimento de comportamentos de bullying os seguintes:
-Insuficiente supervisão das crianças e dos adolescentes por parte da família e da escola;
-Comportamento agressivo em casa;
-Punição física muito severa. A pior punição possível para os bullies é o castigo físico;
-Pares abusivos. As crianças podem ser vítimas de bullying por parte dos seus "amigos" ou podem ser encorajadas a adoptarem comportamentos de bullying para se sentirem integradas num grupo.
-Feedback negativo constante.
-Expectativa de hostilidade;
Para contrariar este problema, é preciso que todos acreditem que a chave para prevenir a violência é a educação na igualdade e no respeito mútuo. No meu entender, uma forma para lidar com esta situação passa sempre pela interacção entre a escola, família e técnicos de forma a concertar estratégias e a promover um “saber conviver” salutar em que as relações interpessoais se desenvolvam num clima de aceitação do outro, no direito à diferença.
Para finalizar parece-me ainda pertinente fazer um pequena alerta diferença para o cyberbullying que contrariamente ao bullying presencial, ocorre através das tecnologias de informação e comunicação (TIC e em que o agressor (o bully) não precisa de ser maior ou mais forte que as suas vítimas. É preciso estarmos atentos …!
obs: Se pretender aprofundar o assunto este site é interessante http://www.bullyingadvice.info/
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